Renata Mann, Gerente de Talentos da Biond
- Como foi sua trajetória profissional até atuar no agronegócio? Quais foram os principais desafios e aprendizados?
Antes de ingressar no agronegócio, minha trajetória passou pelos segmentos de seguros e instituições financeiras. Embora sejam áreas distintas, essa experiência me mostrou que cada setor tem suas particularidades, desafios e oportunidades, além de reforçar a necessidade de desenvolver a capacidade de adaptação e busca pelo aprendizado contínuo.
Há mais de 10 anos, entrei no agronegócio e me deparei com um ambiente majoritariamente masculino. Em vez de enxergar isso como um obstáculo, vi como um incentivo para me aprofundar no setor, compreender suas dinâmicas e reforçar a importância da presença feminina. Acredito que precisamos de cada vez mais mulheres no agro, trazendo novas perspectivas, formas de resolver problemas e demonstrando, por meio da competência, que podemos ocupar qualquer espaço. Essa jornada, no entanto, não é simples: exige posicionamento, persistência e coragem para romper preconceitos e padrões. Mas, acima de tudo, ela prova que diversidade e inclusão são essenciais para a evolução do setor.
- Como a participação das mulheres tem transformado o agronegócio e quais são as principais oportunidades para o futuro?
A crescente participação das mulheres no agronegócio tem gerado transformações significativas, especialmente no olhar mais atento para as pessoas e para as relações dentro do setor. Apesar dos avanços tecnológicos, o agro – assim como qualquer outro setor – é feito por pessoas, e a diversidade contribui para ambientes de trabalho mais inclusivos, colaborativos e inovadores. Essa mudança não apenas melhora a qualidade do trabalho e a assertividade na tomada de decisões, mas também impulsiona novos modelos de gestão e formas de fazer negócios.
Hoje, vemos mulheres ocupando cargos estratégicos e de alta liderança, como CEOs, o que comprova que competência e preparo são os verdadeiros fatores que determinam o sucesso – e não o gênero. Esse avanço nos tira de um cenário onde o crescimento profissional feminino era mais limitado e nos coloca em um caminho de mais oportunidades, visibilidade e influência no setor. O futuro do agro passa por essa diversidade, e quanto mais mulheres participarem, mais robusto e sustentável ele será.
- Qual conselho você daria para outras mulheres que querem atuar ou crescer no agronegócio?
Ser mulher é um desafio diário na sociedade em que vivemos, e ocupar qualquer espaço que desejamos exige enfrentar barreiras, altos e baixos. No agronegócio, essa jornada pode ser desafiadora e, em alguns momentos, solitária. Mas o principal é: continue!
Busque se conectar com outras mulheres que te inspirem e incentivem, que compartilhem suas experiências e mostrem que é possível crescer e alcançar seus objetivos.
E, acima de tudo, tenha coragem e persistência. Saiba que você é capaz, suficiente e merecedora de ocupar qualquer espaço – seja qual for o segmento, a atividade ou o cargo. Para te trazer mais confiança e segurança em sua jornada, busque conhecimento sobre o agro, sobre como os negócios funcionam, continue se desenvolvendo e buscando aprender, essas ações vão te preparar para onde você quer e pode chegar.
Foi graças à coragem de muitas mulheres antes de nós que hoje conseguimos enxergar e reafirmar nosso valor na sociedade, nas empresas, no agro e nas vidas que impactamos. O futuro do setor precisa de mais mulheres, e cada passo dado hoje abre novas portas para as que virão.