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A importância das mulheres do agro no Brasil

11 de março de 2025

A presença feminina no agronegócio brasileiro tem crescido significativamente nos últimos anos, ocupando espaços que vão desde a gestão de propriedades rurais até a inovação em produção agropecuária. As mulheres do agro desempenham um papel essencial na produtividade e competitividade do setor, trazendo novas abordagens de desenvolvimento.

A evolução da participação feminina no agronegócio brasileiro

A inserção das mulheres no agro vem crescendo devido a fatores como o avanço da educação, o acesso a tecnologias e a criação de políticas públicas voltadas para a equidade de gênero. Atualmente, as mulheres já são responsáveis pela gestão de 34,1% dos estabelecimentos rurais no Brasil, de acordo com o Censo Agropecuário do IBGE, demonstrando um crescimento significativo.

O protagonismo das mulheres no agro

As mulheres trazem novas perspectivas e soluções para desafios enfrentados pelo agronegócio, como a gestão eficiente de recursos, a adoção de práticas sustentáveis e a inovação em processos produtivos. O protagonismo feminino está cada vez mais evidente em cargos de liderança e na implementação de projetos voltados para a otimização da produção e o bem-estar no campo.

Dados sobre a presença feminina na agricultura e pecuária

Estudos do Senar apontam que as mulheres representam 43% dos estudantes matriculados no curso Técnico em Agronegócio, evidenciando o interesse feminino na profissionalização do agro. Atualmente, as mulheres administram mais de 30 milhões de hectares, o que corresponde a cerca de 8,4% da área total ocupada pelos estabelecimentos rurais no país. Os dados são do estudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em conjunto com a Embrapa e o IBGE.

Iniciativas como o Prêmio Mulheres do Agro, promovido pela Bayer e pela ABAG, têm registrado crescimento no número de participantes, demonstrando a consolidação da representatividade feminina no setor.

Desafios e oportunidades para mulheres no campo

Apesar dos avanços, ainda há desafios a serem superados. Um estudo do movimento Agroligadas, em parceria com a Corteva Agriscience, Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e o Sicredi aponta que o acesso a financiamento, também é um gargalo para as mulheres do agronegócio. A busca pelo financiamento para empreender foi mencionada por 80% das entrevistadas. Mas um terço delas sente dificuldades para obter crédito rural em condições iguais às dos homens, reforçando a necessidade de políticas inclusivas. Além disso, a falta de representação feminina em cargos de liderança e a necessidade de mais investimentos em capacitação continuam sendo barreiras a serem superadas.

Políticas públicas e incentivos para mulheres no agronegócio

Iniciativas governamentais e privadas têm impulsionado a inclusão feminina no setor, oferecendo programas de crédito, capacitação e apoio à liderança das mulheres no campo. Algumas das principais iniciativas incluem:

  • Pronaf Mulher (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar): linha de crédito específica para mulheres agricultoras, com taxas reduzidas e prazos diferenciados, incentivando a independência financeira e a modernização da produção rural feminina;
  • Comissão Nacional das Mulheres do Agro (CNA): a Comissão Nacional das Mulheres do Agro é estruturada por representantes das Federações de Agricultura e Pecuária dos Estados e tem como objetivo ampliar a participação das mulheres no Sistema Sindical e desenvolver sua capacidade de liderança no setor agropecuário;
  • Capacitação pelo SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural): oferece cursos presenciais e online sobre gestão, tecnologia, agropecuária e inovação. 

Além disso, diversos programas têm sido criados para promover a qualificação e o desenvolvimento das mulheres no agronegócio, oferecendo cursos de gestão, tecnologia e boas práticas agropecuárias.

O papel de associações, eventos e prêmios

Eventos e organizações têm desempenhado um papel fundamental no fortalecimento das lideranças femininas no agronegócio:

  • Prêmio Mulheres do Agro (Bayer e ABAG): criado em 2018, o prêmio reconhece mulheres que se destacam na gestão sustentável no campo, promovendo boas práticas agrícolas e inovação no setor;
  • Marcha das Margaridas: movimento nacional que defende políticas para fortalecer as mulheres rurais, promovendo direitos, igualdade de gênero e melhorias no acesso ao crédito e à capacitação.

Com essas iniciativas, as mulheres têm conquistado cada vez mais espaço no agronegócio, impulsionando um setor mais diverso, inovador e produtivo.

O empreendedorismo feminino no agronegócio

mulheres do agro

O empreendedorismo feminino tem ganhado força dentro do agronegócio, impulsionado por mulheres que estão inovando e criando negócios próprios no setor rural. Seja no comando de propriedades agrícolas, na agroindústria ou no desenvolvimento de produtos e serviços especializados para o agro, as mulheres têm demonstrado uma grande capacidade de gestão, inovação e visão estratégica. Esse movimento representa uma transformação significativa no setor, promovendo maior independência financeira e ampliando o impacto da presença feminina na economia rural.

Mulheres à frente de novas cadeias produtivas

Muitas mulheres estão investindo na diversificação da produção agrícola, apostando em nichos promissores como a produção de alimentos orgânicos, agroecológicos e artesanais. Além disso, há um crescimento expressivo no desenvolvimento de cadeias produtivas voltadas para o mercado externo, com mulheres liderando exportações de cafés especiais, mel, frutas tropicais e outros produtos de alto valor agregado. Essa diversificação gera não apenas maior competitividade, mas também fomenta a sustentabilidade e a valorização da agricultura familiar.

As mulheres e a transformação digital no agro

A digitalização do agronegócio também tem sido uma área onde as mulheres estão ganhando destaque. Muitas delas estão não apenas implementando novas tecnologias, mas também criando soluções inovadoras para integrar a tecnologia à produção rural. O uso de drones, sistemas de gestão informatizados e agricultura de precisão são exemplos de como a presença feminina está moldando o futuro digital do setor.

Tecnologia e inovação impulsionando o empreendedorismo no agro

O avanço das tecnologias no campo tem facilitado o surgimento de novos negócios liderados por mulheres. Plataformas digitais, marketplaces de produtos agropecuários e startups voltadas para o agronegócio (as chamadas agtechs) contam com um número crescente de empreendedoras à frente de soluções inovadoras. Aplicativos de rastreabilidade de alimentos, gestão de fazendas e otimização de logística são algumas das áreas onde a atuação feminina tem se destacado, promovendo maior eficiência e transparência no setor.

Desafios e oportunidades no caminho do empreendedorismo rural

Apesar do crescimento expressivo, as mulheres empreendedoras no agro ainda enfrentam desafios consideráveis. O acesso ao crédito para investir no próprio negócio continua sendo uma barreira, assim como a necessidade de políticas públicas mais robustas para fomentar o empreendedorismo feminino no setor. Além disso, muitas empreendedoras rurais precisam equilibrar a gestão do negócio com responsabilidades familiares, o que torna essencial o fortalecimento de redes de apoio e capacitação para garantir o sucesso dessas iniciativas.

Com a ampliação do acesso à informação, ao financiamento e às tecnologias, o empreendedorismo feminino no agronegócio tende a crescer ainda mais, consolidando o papel das mulheres como agentes de transformação e inovação no setor. As histórias de sucesso de empreendedoras rurais mostram que investir no protagonismo feminino não é apenas uma questão de equidade de gênero, mas também um caminho estratégico para o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro.

Mulheres do agro que estão se destacando no setor

Para entender melhor esse movimento, conversamos com três profissionais do time Biond que têm feito a diferença no agro: Renata Mann, Gerente de Talentos, Isabella Costa Pliego, Analista de Inteligência de Mercado e Lauren Corrêa Tavares, Analista Comercial. Elas compartilharam suas trajetórias, desafios e visões sobre o futuro do agronegócio.

Renata Mann, Gerente de Talentos da Biond

  • Como foi sua trajetória profissional até atuar no agronegócio? Quais foram os principais desafios e aprendizados?

Antes de ingressar no agronegócio, minha trajetória passou pelos segmentos de seguros e instituições financeiras. Embora sejam áreas distintas, essa experiência me mostrou que cada setor tem suas particularidades, desafios e oportunidades, além de reforçar a necessidade de desenvolver a capacidade de adaptação e busca pelo aprendizado contínuo.

Há mais de 10 anos, entrei no agronegócio e me deparei com um ambiente majoritariamente masculino. Em vez de enxergar isso como um obstáculo, vi como um incentivo para me aprofundar no setor, compreender suas dinâmicas e reforçar a importância da presença feminina. Acredito que precisamos de cada vez mais mulheres no agro, trazendo novas perspectivas, formas de resolver problemas e demonstrando, por meio da competência, que podemos ocupar qualquer espaço. Essa jornada, no entanto, não é simples: exige posicionamento, persistência e coragem para romper preconceitos e padrões. Mas, acima de tudo, ela prova que diversidade e inclusão são essenciais para a evolução do setor.


  • Como a participação das mulheres tem transformado o agronegócio e quais são as principais oportunidades para o futuro?

A crescente participação das mulheres no agronegócio tem gerado transformações significativas, especialmente no olhar mais atento para as pessoas e para as relações dentro do setor. Apesar dos avanços tecnológicos, o agro – assim como qualquer outro setor – é feito por pessoas, e a diversidade contribui para ambientes de trabalho mais inclusivos, colaborativos e inovadores. Essa mudança não apenas melhora a qualidade do trabalho e a assertividade na tomada de decisões, mas também impulsiona novos modelos de gestão e formas de fazer negócios.

Hoje, vemos mulheres ocupando cargos estratégicos e de alta liderança, como CEOs, o que comprova que competência e preparo são os verdadeiros fatores que determinam o sucesso – e não o gênero. Esse avanço nos tira de um cenário onde o crescimento profissional feminino era mais limitado e nos coloca em um caminho de mais oportunidades, visibilidade e influência no setor. O futuro do agro passa por essa diversidade, e quanto mais mulheres participarem, mais robusto e sustentável ele será.


  • Qual conselho você daria para outras mulheres que querem atuar ou crescer no agronegócio? 

Ser mulher é um desafio diário na sociedade em que vivemos, e ocupar qualquer espaço que desejamos exige enfrentar barreiras, altos e baixos. No agronegócio, essa jornada pode ser desafiadora e, em alguns momentos, solitária. Mas o principal é: continue!

Busque se conectar com outras mulheres que te inspirem e incentivem, que compartilhem suas experiências e mostrem que é possível crescer e alcançar seus objetivos. 

E, acima de tudo, tenha coragem e persistência. Saiba que você é capaz, suficiente e merecedora de ocupar qualquer espaço – seja qual for o segmento, a atividade ou o cargo. Para te trazer mais confiança e segurança em sua jornada, busque conhecimento sobre o agro, sobre como os negócios funcionam, continue se desenvolvendo e buscando aprender, essas ações vão te preparar para onde você quer e pode chegar. 

Foi graças à coragem de muitas mulheres antes de nós que hoje conseguimos enxergar e reafirmar nosso valor na sociedade, nas empresas, no agro e nas vidas que impactamos. O futuro do setor precisa de mais mulheres, e cada passo dado hoje abre novas portas para as que virão.


Isabella Costa Pliego, Analista de Inteligência de Mercado Biond

  • Como foi sua trajetória profissional até atuar no agronegócio? Quais foram os principais desafios e aprendizados?

Minha trajetória passou pelo mundo corporativo antes de chegar ao agro, um setor com desafios únicos. A grande responsabilidade de lidar com a produção de alimentos e a volatilidade do mercado exigem atenção constante. O aprendizado é contínuo, pois cada safra é diferente, e variáveis como clima, câmbio e demanda global impactam diretamente o negócio.

  • Como a participação das mulheres tem transformado o agronegócio e quais são as principais oportunidades para o futuro?

Nos últimos anos, as mulheres ganharam mais espaço no agro, ocupando posições de liderança e atuando na linha de frente. Isso trouxe mais diversidade e inovação ao setor. As principais oportunidades estão na gestão, tecnologia, sustentabilidade e empreendedorismo, áreas que seguem em expansão e demandam novos talentos.

  • Qual conselho você daria para outras mulheres que querem atuar ou crescer no agronegócio?

Invista em conhecimento, construa uma rede de contatos e seja resiliente. O agro precisa de diferentes perspectivas, e as mulheres têm muito a contribuir. Ocupe seu espaço, aproveite as oportunidades e confie no seu potencial para transformar o setor


Lauren Corrêa Tavares, Analista Comercial na Biond

  • Como foi sua trajetória profissional até atuar no agronegócio? Quais foram os principais desafios e aprendizados? 

Comecei no agronegócio há 12 anos e, aos poucos, descobri e me encantei por um mercado cheio de oportunidades que nem sonhava em conhecer. Antes de chegar aqui, passei por diferentes áreas, cada uma com seus próprios desafios, mas em todas pude compreender a complexidade do agro e tive pessoas maravilhosas que me ensinaram e me encorajaram. Com o tempo, fui aprendendo a importância de cultivar valores, bons relacionamentos, vontade de aprender e sempre me manter aberta a novas mudanças

  • Como a participação das mulheres tem transformado o agronegócio e quais são as principais oportunidades para o futuro? 

A presença das mulheres no agronegócio tem trazido, além de competência e uma visão estratégica, maior empatia nas negociações, por meio de uma nova perspectiva, promovendo inovação e dinamismo.

  • Qual conselho você daria para outras mulheres que querem atuar ou crescer no agronegócio?

Meu conselho seria ter resiliência, confiança e disposição para aprender e superar barreiras. O agronegócio tem se mostrado um campo cada vez mais fértil para mulheres que desejam crescer e prosperar, mostrando um forte poder de compartilhar conhecimento e transformar ideias em ações.


O impacto das mulheres no agro

A presença feminina no agronegócio tem gerado impactos positivos na gestão eficiente e na inovação. Mulheres lideram processos sustentáveis, impulsionam a digitalização das propriedades e promovem a inclusão social no campo.

O futuro das mulheres no agro é promissor. Com investimentos em educação, liderança e políticas públicas, a tendência é de uma participação ainda maior e mais impactante. O incentivo contínuo à presença feminina no agronegócio fortalece o setor e promove um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável para o Brasil.

Inteligência de dados para impulsionar o protagonismo das mulheres do agro

Na Biond, acreditamos que a presença feminina no agronegócio é um dos motores da inovação e do crescimento sustentável do setor. Por isso, combinamos inteligência de dados com inteligência humana para apoiar mulheres que lideram propriedades rurais, gerenciam negócios agrícolas e promovem a modernização do campo.


Nossa
consultoria agrícola e assessoria comercial oferecem análises estratégicas que ajudam a transformar desafios em oportunidades. Com tecnologia avançada e insights personalizados, capacitamos mulheres do agro a tomarem decisões mais assertivas, otimizando a produtividade e aumentando a competitividade de seus negócios.


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